“Interesse nacional” também é algo que vai variar de acordo com a ideologia de quem assume o poder e definirá quais são esses interesses.
O alinhamento do Brasil com a África e a AL servia a uma série de interesses estratégicos, como por exemplo angariar apoio entre países em desenvolvimento para um assento permanente no Conselho de Segurança. Ainda visava forjar parcerias pra novos mercados a serem explorados, facilitando o comércio brasileiro com países que antes estavam distantes. No caso da AL especificamente parece óbvio, são nossos vizinhos. Nem toda política diplomática tem o objetivo de gerar dividendos financeiros, mas muitas vezes alianças políticas duradouras, bons relacionamentos e, enfim, votos em instituições multilaterais.
O Brasil esteve na linha de frente, por exemplo, quando do acordo Brasil-Irã-Turquia, tivemos a fundação dos BRICs, enfim… Era uma forma de não se alinhar automaticamente com os EUA, buscando independência e uma política externa própria. Com Lula tivemos grandes sucessos na área. Com Dilma menos, afinal ela era em linhas gerais, um fracasso em qualquer área.
E esse papo de propina, caixa 2 e etc vindo de países africanos e afins vem acompanhado de provas ou são só declarações pra plateia?
Mas não, quem reclama de “ideologia” não tem ponto algum, porque TODA política externa é ideológica, oras, não existe política sem ideologia. A questão aqui é que o novo chanceler vai além do aceitável. Diplomata de carreira irrelevante e obscura, o cara se mostra em artigo subserviente aos interesses dos EUA (e não interessa a país algum ser subserviente, não importa a quem) e parece achar que está em uma cruzada cristã em pleno século XII.
Bolsonaro mal assumiu e já nos meteu em algumas crises diplomáticas totalmente nonsense com a Palestina, Egito, Noruega e Cuba.