Brasil e o governo dos psicopatas
O Brasil é governado por um psicopata sem qualquer escrúpulo ou qualquer preocupação pela vida humana e que acredita piamente nas loucuras que fala — que são basicamente ódio em todas as suas representações e negacionismo científico com doses cavalares de burrice e da mais completa, primordial e pura estupidez.
Mas esse nem é o pior dos problemas. Ele foi eleito. E foi eleito sem esconder nada desse discurso. Bolsonaro sempre foi ódio puro, sempre foi um doente perigoso, sempre pregou homofobia.
E mesmo nunca escondendo quem ele era e é foi eleito. E segue tendo apoio de 30% da população. O nosso buraco é muito mais embaixo do que só derrotar Bolsonaro (que já é um desafio tremendo), mas passa por derrotar sua ideologia — ou o conjunto de ideologias que o sustentam, que é um catch-all de direita que vai do tio do pavê ao neonazista que espanca travestis na rua, tudo junto e misturado.
O problema de Bolsonaro é que apesar de seu ódio, da sua burrice, da sua estupidez, da sua corrupção, da sua moral corrompida, ele efetivamente representa uma parcela relevante da população e NEM ASSIM o país consegue produzir uma oposição minimamente coesa e coerente. A miséria do Brasil é tão profunda que se/quando olhamos pra cima não conseguimos ver luz alguma.
Se o desafio de derrotar Bolsonaro nas próximas eleições já é difícil — não existe oposição de verdade, não existe alternativa consolidada -, não queiram imaginar como vai ser difícil enterrar todos os discursos que ele empoderou. Discursos que sempre existiram, sempre estiveram por aí, mas que ganharam força e puderam sair das sombras para serem recebidos de braços abertos nos mais altos escalões do poder.
Os danos causados ao país (da política externa à saúde, passando por educação, direitos humanos, economia e, bem, basicamente todas as demais áreas que possamos imaginar) são inúmeros e talvez alguns sejam até irreparáveis — ao menos no curto e médio prazo.
Eu não gosto muito do clichê de que “a caixa de pandora foi aberta”, mas nesse caso a alegoria se encaixa perfeitamente.
Bolsonaro representa destruição e ódio, mas não tomou o poder de assalto, foi colocado lá pelo povo, por muita gente que conhecemos, por amigos, parentes. E todos sabiam quem ele era.
O trabalho para reverter tanta destruição é/será enorme, porque não se trata de derrubar um governo, mas de mudar a cultura política de uma sociedade.