Amarelo é a cor mais quente na Espanha / Groc és el color més calent a Espanya
A cor amarela é a que tem simbolizado a solidariedade com os presos políticos catalães, consequentemente é a cor ligada ao movimento pela independência da Catalunha.
Ontem o Barça venceu com goleada o Sevilla pela Copa do Rei, houve imensa festa, mas antes do jogo, aqueles que levavam qualquer vestimenta amarela — de uma camisa com motivos políticos até uma simples echarpe amarela — eram forçados pela polícia a jogá-la fora. Sim, uma atitude ilegal, mas não é como se isso importasse para a polícia espanhola, que é especialista também em espancar idosas desarmadas.
A Espanha tem se tornado um país cada vez mais ditatorial, uma fábrica de presos políticos e exilados políticos em que o mero ato de usar amarelo (em protesto) se torna algo próximo de um crime ou ao menos algo a ser impedido. As autoridades espanholas realmente acreditam que a via da repressão é a melhor para seus propósitos pese as várias demonstrações de que não haverá recuo por parte da população catalã.
Uma simples echarpe amarela, um verdadeiro perigo para a monarquia espanhola:
No entanto, bandeiras franquistas/fascistas puderam entrar livremente no estádio (neste e em outros jogos):
Os fascistas espanhóis temiam a tradicional vaia ao hino do país que acompanha toda final da Copa do Rei em que joga o Barcelona. Se a ideia era impedir ou constranger/ameaçar os torcedores, bem, não deu muito certo. O hino foi “pitado” e “xiulado” com força:
Aliás, sempre agradável recordar a monumental vaia da final entre Barça e Athletic em 2015:
A máxima ironia, ao final da partida, foi ver que a tentativa de uso da força para impedir que o amarelo entrasse no estádio acabou sabotada pela própria organização do jogo. Confetes amarelos foram usados para a celebração do campeão.
E sempre há formas de explorar o desconhecimento dos fascistas sobre seu próprio trabalho. A bandeira abaixo é um símbolo soberanista catalão e significa “não nos rendemos” — foi usada em 1714 quando as tropas de Felipe V entraram em Barcelona para conquistar a cidade.
Além disso, o município de Sant Esteve de les Roures não existe. Ele foi “criado” pela Guarda Civil espanhola depois do referendo de 1 de outubro de 2017 em um informe que acusava os cidadãos desse inexistente município de atacar os guardas como forma de justificar toda a violência policial contra a população catalã durante a votação.
Algunos de los episodios más agresivos tuvieron lugar en Sant Esteve de les Roures”, afirmó El Mundo el pasado día 28, basándose en un informe que la Guardia Civil presentó al Tribunal Supremo. En el escrito, se documentaban 315 actos de violencia relacionados con el procés supuestamente producidos entre el 1 de septiembre y el 8 de noviembre, según el diario. El problema de este documento es que el municipio de Sant Esteve de les Roures no existe, ni en Catalunya ni en ninguna parte.
Aqueles que reprimem dificilmente são capazes de também pensar (senão questionariam porque reprimem).